“Por mais que a medicina avance, uma coisa não dá para mudar: a idade
do óvulo. O risco de abortamento e as alterações cromossômicas são
preocupações reais para esse tipo de gestação, além de complicações como
diabetes gestacional ou hipertensão”, explica Ricardo Mello Marinho,
diretor científico da clínica Pró-Criar/Mater Dei de reprodução humana e
professor do Instituto de Pós-Graduação e pesquisa da faculdade de
Ciências Médicas de Minas Gerais.
Muito além de doenças e limitações físicas, outras preocupações rondam
as mulheres. “A vida é imprevisível, mas temos que considerar que essa
criança vai ter a mãe presente durante um período curto de sua vida. É
preciso ficar claro que não há uma condenação de quem decide engravidar
mais tarde, mas todas as escolhas trazem vantagens e desvantagens. Ter
consciência disso é fundamental”, alerta Debora Seibel, psicanalista da
Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
Além de estabilidade financeira, outra vantagem para quem espera um
pouco mais para ter filhos é a facilidade maior de abrir mão de certas
coisas. “As jovens de hoje vivem angustiadas e se dividindo entre os
filhos e a vida profissional e social.
Uma mulher mais velha não tem
mais essa ânsia de uma vida social intensa. Ela consegue abrir mão disso
e de outras coisas com mais facilidade”, diz Debora.
“Com a minha primeira filha era tudo muito corrido. Eu tinha tanto o
que fazer. Quando eu vi, ela já estava engatinhando. Não é assim com o
Estevão. Fico com ele no colo o tempo que achar necessário. Hoje eu sei
que tudo passa muito rápido”, define Sibelle.
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